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How does early adversity shape brain functioning through DNA methylation? Uncovering the mechanisms of emotional and behavioral regulatory problems in institutionally-reared adolescents (PTDC/PSI-ESP/28228/2017)

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A institucionalização permanece, em diferentes partes do mundo, como uma alternativa de cuidados a crianças cujos pais revelam-se incapazes de providenciar cuidados adequados (UNICEF, 2010). Em Portugal, cerca de 8,500 crianças e jovens com menos de 18 anos encontravam-se acolhidos em instituições em 2015, permanecendo a maioria institucionalizada por mais do que um ano. Cerca de 50% dos adolescentes com mais de 12 anos de idade, apresentavam problemas emocionais e comportamentais num nível clínico (Instituto de Segurança Social, 2015).

Este cenário dramático ocorre no nosso país, apesar da investigação científica descrever a institucionalização como uma condição de privação multifacetada, marcada pela ausência de cuidados sensíveis e responsivos, com efeitos nefastos em vários domínios desenvolvimentais. De facto, o contexto institucional parece não ser capaz de proporcionar o ambiente adequado para o desenvolvimento normal do cérebro, comprometendo o funcionamento emocional e comportamental da criança. Apesar dos progressos no âmbito da identificação das forças ambientais envolvidas nos problemas regulatórios observados nestas crianças, permanecem por elucidar os mecanismos biológicos associados a tais dificuldades, que persistem após a adoção e outras intervenções.

Desta forma, este projeto visa explorar os mecanismos pelos quais as experiências relacionais adversas levam ao surgimento de problemas de regulação emocional e comportamental em adolescentes. Para isto, adotou[1]se uma abordagem multinível, amplamente defendida na área da Psicologia dos Desenvolvimento, que permite examinar a interação entre epigenética, cérebro e comportamento. Pretende-se testar se--e como—alterações epigenéticas, em termos da metilação do DNA num conjunto de genes selecionados, contribuem para diferentes padrões de conectividade funcional cerebral, que, por sua vez, conduzem a dificuldades regulatórias emocionais e comportamentais em adolescentes institucionalizados. Utilizando uma técnica de MRI multimodal, será avaliada a conectividade funcional do cérebro daqueles jovens, em repouso e durante uma tarefa de evocação emocional.

Esta proposta beneficia da experiência vasta da nossa equipa, no que concerne ao estudo do impacto da institucionalização, funcionamento cerebral e genética nas perturbações desenvolvimentais. Este projeto será conduzido por uma equipa interdisciplinar de neurocientistas, psicólogos do desenvolvimento, biólogos e geneticistas. Para além de pretender contribuir para a identificação de processo desenvolvimentais básicos envolvidos nas perturbações socioemocionais, esta proposta reveste-se de relevância social, visando contribuir para a edificação de intervenções cientificamente informadas.

Grupo de Investigação:
Data de Início:
Data de Fim:
Investigador Responsável