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Entre os diferentes aspectos do desenvolvimento socioemocional, os comportamentos perturbados de vinculação (CPV), preditores de psicopatologia futura, são de particular interesse, dado o seu surgimento em contextos relacionais prejudiciais, como a institucionalização de crianças, ainda comum em muitos países da Europa. Investigação extensa sobre psicopatologia do desenvolvimento destacam a interação entre fatores genéticos e contextuais (GXE) na compreensão dos determinantes do desenvolvimento típico e atípico. No entanto, no caso dos CPV, nenhum resultado consistente emergiu entre os estudos, incluindo nossa própria investigação, que procura uma nova abordagem para este fenómeno.
A presente proposta tem como objetivo expandir a nossa investigação anterior focada nas abordagens GXE e explorar como as experiências de vida precoce "get under the skin". O presente estudo visa avaliar a interação dinâmica entre genes e ambiente, um processo chamado epigenética, bem como o papel mediador da atividade neural. Várias questões serão abordadas neste projeto: a) É o perfil epigenético de crianças em acolhimento residencial distinto daquelas em contexto de famílias biológicas? b) Está a qualidade dos cuidados no contexto de acolhimento residencial associado a diferentes padrões epigenéticos? c) Está o epigenoma associado ao surgimento dos CPV? e) É a atividade neural um mediador crucial entre o epigenoma e os CPV? Identificar fatores institucionais relevantes, passados e presentes, bem como marcadores genéticos específicos, provavelmente contribuirá para uma compreensão mais profunda de como a qualidade do cuidado influencia a função genética, promovendo intervenções futuras direcionadas a essas crianças.