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pessoa no escuro com mãos no rosto

Violência Contra as Mulheres e Violência Doméstica: Uma Análise Interseccional da Realidade Nacional

Investigadoras do grupo de Investigação Interseccionalidade, Violência e Trauma, do Laboratório Vítimas, Ofensores e Sistema de Justiça do CIPsi apresentaram os resultados do projeto financiado pela fundação 'la Caixa' “Exploring intersectionality of violence against women and domestic violence: needs, impact and services effectiveness”, realizado ao longo dos últimos dois anos.

O estudo foi apresentado no Mosteiro de Tibães, em Braga, na véspera do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.

A amostra do estudo envolveu 715 pessoas de todo o território nacional e mais de 500 profissionais que que trabalham diariamente com casos de vítimas de violência doméstica. A média de idades das vítimas envolvidas na investigação é de 35 anos. 

A investigadora responsável, Mariana Gonçalves, detalhou os resultados do estudo, que revelam que a maioria das vítimas já sofreu mais de um tipo de violência ao longo da vida, sendo a violência sexual uma das mais prevalentes e com maior impacto. Das 715 pessoas, 45% relataram alguma alguma forma de abuso sexual. A investigadora explica que existe um "padrão" destas vítimas, que sofrem diferentes formas de violência nas várias áreas da vida.

Entre as pessoas institucionalizadas, 73% das mulheres e 47% dos homens  foram vítimas de violência sexual. A investigadora destacou que  depois de estar instalada a vitimação, a resposta e as dinâmicas de violência são muito semelhantes entre homens e mulheres. Apesar de em menor número e com menor visibilidade, homens têm padrões de vitimação tão graves como as mulheres.

De modo a procurar dar uma resposta sobre o que os profissionais devem fazer, a investigadora reforçou a importância de conhecer as dinâmicas de violência e da necessidade de formação complementar por parte dos profissionais, no âmbito de competências culturais e de práticas informadas pelo trauma, de maneira a responder às necessidades das pessoas. 

A investigadora referiu algumas lacunas, nomeadamente resultados da ausência de formação para lidar com determinadas realidades, incluindo diversidade de culturas. Destacou também que a maioria das vítimas avaliou bem os serviços, mas há alguns relatos de violência, ainda que não física, dentro destas estruturas criadas para servir de apoio a vítimas de violência doméstica. 

Os resultados também  acrescentam conhecimento de dinâmicas de violência de grupos que não são habitualmente estudados, nomeadamente as populações LGBTQI e grupos minoritários, que têm um padrão de violência específico e cumulativo. Referiu também que ainda prevalece, nestas populações, a violência familiar.

Além de assinalar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, a conferência permitiu uma reflexão conjunta sobre a realidade da violência contra as mulheres e violência doméstica em Portugal, tanto do ponto de vista das vítimas, como das instituições e profissionais que trabalham nas diversas áreas que intervêm nestas problemáticas.

Site do projeto

Programa 

 

Mais informações:

https://www.diariodominho.pt/noticias/braga/2023-11-25-diversas-formas-de-violencia-marcam-a-sociedade-portuguesa-6561c16e424d5

https://www.antenaminho.pt/noticias/uminho-apresenta-estudo-sobre-violencia-domestica-e-contra-as-mulheres-em-portugal/32794

https://anacao.sapo.pt/universidade-do-minho-apresenta-estudo-sobre-violencia-domestica-e-contra-as-mulheres-em-portugal/

https://rum.pt/news/estudo-da-uminho-revela-que-quase-metade-das-vitimas-de-violencia-domestica-ja-sofreu-violencia-sexual

https://oamarense.pt/uminho-apresenta-estudo-sobre-violencia-domestica-e-contra-as-mulheres-em-portugal/