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As redes sociais pessoais das crianças e jovens institucionalizados

As redes sociais pessoais das crianças e jovens institucionalizados

Martins, Paula Cristina

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Mendes, E.

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Teixeira, V.

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Cepa, P.

| 2011 | URI

Artigo Científico

A pedagogia da vinculação assenta na ideia generalizada de que o contexto familiar
reúne as condições privilegiadas para o desenvolvimento e educação das crianças, enfatizando
a díade mãe-filho (Singer, 1993). Esta conceção, largamente partilhada pela cultura do sensocomum
e fundamentada na perspetiva psicológica das teorias da vinculação, serve de padrão,
com base no qual é aferida a qualidade das relações das crianças/jovens em regime
institucional com adultos de referência.
Contudo, o caráter necessário da intimidade e da proximidade relacional nas
instituições de atendimento à infância não reúne consenso. Ziehe (1989) questiona-o e propõe
o conceito de intensidade das relações, traduzido numa rede complexa e densa de pessoas,
meios e atividades, que criam uma multiplicidade de oportunidades para as crianças, cabendo
às instituições a sua promoção e a criação de condições para a sua ampliação e
desenvolvimento sustentado.
Nesta linha, Sluzki (1996) propõe o conceito de Rede Social Pessoal (R.S.P.) como o
conjunto das relações que o indivíduo percebe como significativas ou diferenciadas em
diferentes dimensões da sua vida (família, amigos, escola/trabalho e comunidade).
Reconhecida a relevância desenvolvimental das relações pessoais significativas e a
sua influência no bem-estar individual, torna-se pertinente estudar o seu papel para as
crianças/jovens institucionalizados e o papel desempenhado pelas instituições de acolhimento
na sua promoção.
Assim, com este estudo, pretende-se:
a) caraterizar as R.S.P de crianças/jovens em regime de acolhimento institucional
(amplitude, intensidade, significado e funções desempenhadas pelos diferentes
elementos da R.S.P.), com recurso ao Inventário de Avaliação de Redes Sociais
Pessoais – Revisto (adaptado por Alarcão; Abreu & Sousa, 2003); b) caraterizar o conhecimento das R.S.P. das crianças acolhidas pelas instituições de
acolhimento e o seu papel na promoção destas redes;
c) caraterizar o papel das redes naturais primárias e, neste âmbito, o papel da família e
das fratrias;
d) caraterizar o papel das Famílias Amigas e a sua relação com a qualidade de vida
destas crianças/jovens.

Publicação

Ano de Publicação: 2011