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Empatia no desenvolvimento típico: relação entre autorrelatos e comportamentos empáticos

Empatia no desenvolvimento típico: relação entre autorrelatos e comportamentos empáticos

Lopes, Domingos Tiago Dias

| 2015 | URI

Tese

Dissertação de mestrado integrado em Psicologia
A empatia é um atributo de expressa importância nas interações sociais, pois permite-nos
estar em sintonia com os estados emocionais e as necessidades do outro. O construto
compreende uma dimensão cognitiva (compreensão e identificação dos pensamentos e
sentimentos de outra pessoa) e uma dimensão afetiva (responder de forma vicária ao estado
emocional do outro). A maioria dos estudos na área da empatia tem concentrado a sua avaliação
apenas numa única tarefa - questionários de autorrelato. No presente trabalho de investigação
pretendeu-se avaliar a relação entre uma medida de autorrelato e o desempenho numa bateria de
avaliação comportamental, destinada a capturar as habilidades empáticas em diferentes níveis de
complexidade. A amostra foi composta por 53 sujeitos (69.8% do sexo feminino), com idades
entre os 18 e os 53 anos (M = 22.13; DP = 6.57).
Os participantes preencheram as seguintes avaliações: o Índice de Reatividade
Interpessoal – destinado a avaliar a empatia nas suas componentes cognitiva e afetiva (Tomada
de Perspetiva; Preocupação Empática; Desconforto Pessoal; Fantasia); uma tarefa
computadorizada de identificação emocional a partir expressões faciais; um paradigma de
avaliação do impacto subjetivo de vídeos com interações sociais; e um paradigma de deteção de
subtilezas sociais em pequenas histórias narradas (Faux Pas). A subescala Tomada de Perspetiva
correlacionou-se significativamente com o reconhecimento emocional em faces (rs = .43, p =
.002), enquanto as subescalas restantes se mostraram significativamente associadas ao impacto
subjetivo dos vídeos (Preocupação Empática, r = .34, p = .014, Desconforto Pessoal, r = .40, p =
.003, e Fantasia, r = .59, p < .001). A identificação de Faux Pas mostrou-se associada à
subescala Fantasia, r
s = .28, p = .048. Os resultados sugerem que as tarefas de autorrelato,
juntamente com avaliações comportamentais, podem fornecer uma avaliação mais precisa das
diferenças individuais nas habilidades empáticas.
Empathy, an ability that helps us tune into another person’s emotional states, is divided
into affective empathy (recognition and affective response to another person’s emotional state) and
cognitive empathy (effortful understanding of how a person may be feeling in a given situation).
These two dimensions are also conceptualized in a spectrum, from less to more complex abilities.
However, most empathy research has focused on a single task, often assessing empathic abilities
with questionnaires. We carried out a comprehensive behavioral assessment aimed at capturing
the level of empathic abilities to positive and negative emotions, across distinct levels of
complexity. The sample was composed of 53 adults (69.8% females), aged between 18 and 53
years (M = 22.13; SD = 6.57).
Participants completed the following assessments: the Interpersonal Reactivity Index - a
self-report questionnaire that offers an index of cognitive and affective empathy (Perspective-
Taking; Empathic Concern; Personal Distress; Fantasy); a computerized emotion identification task
in which they should identify the basic emotion depicted in faces; self-assessments of the
subjective emotional impact of 8 validated video clips; the Faux-Pas Test, which assesses the
ability to detect and interpret subtle social-emotional cues. Perspective-Taking was significantly
correlated with the accuracy score on the facial emotion recognition task (rs = .43, p = .002), while
the remaining subscales were significantly associated with the subjective impact from the
emotional videos (Empathic Concern, r = .34, p = .014, Personal Distress, r = .40, p = .003, and
Fantasy, r = .59, p < .001). The identification of Faux Pas was associated to the Fantasy subscale,
rs
= .28, p = .048. Our results suggest that self-report, coupled with behavioral assessments, may
provide a more accurate measurement of individual differences in empathic abilities.

Publicação

Ano de Publicação: 2015

Identificadores

ISSN: 201226715