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Variáveis psicossociais na obesidade infantil

Variáveis psicossociais na obesidade infantil

Silva, Dora Sofia Bastos da

| 2009 | URI

Tese

Dissertação de mestrado em Psicologia (área de especialização em Psicologia da Saúde)
O presente trabalho tem por objectivo analisar as diferenças entre crianças da
comunidade com peso normal vs crianças da comunidade com excesso de peso vs
crianças com diagnóstico clínico de obesidade, ao nível das variáveis qualidade de vida,
morbilidade psicológica, auto-conceito e estratégias de coping. Foram utilizados como
instrumentos a Escala do auto-conceito para crianças e adolescentes de Susan Harter, o
Inventário da depressão (CDI), o inventário da ansiedade (STAI), o inventário da
qualidade de vida (PedsQL) e o inventário das estratégias de coping (SCSI).
A amostra do estudo é constituída por 267 crianças que estão representadas em
três grupos: o grupo de crianças da comunidade com peso normal (N= 147), o grupo de
crianças da comunidade com excesso de peso (N= 89) e o grupo de crianças com
diagnóstico clínico de obesidade (N= 31).
Os resultados mostraram diferenças ao nível da qualidade de vida, para a escala
total e na dimensão saúde física e saúde escolar, sendo que as crianças com diagnóstico
clínico de obesidade são as que têm uma percepção mais negativa da sua saúde física e
da saúde escolar, quando comparadas com as crianças da comunidade com peso normal
vs crianças da comunidade com excesso de peso. Nas restantes dimensões da QDV não
foram encontradas diferenças significativas entre os três grupos. Relativamente ao autoconceito
o grupo de crianças com diagnóstico clínico de obesidade percepciona-se como
menos competente no domínio da competência escolar, da competência atlética,
aparência física, aceitação social, comportamento e auto-estima, quando comparadas
com as crianças da comunidade com peso normal vs crianças da comunidade com
excesso de peso. Relativamente à variável ansiedade o nosso estudo sugere que as
crianças da comunidade com excesso de peso apresentam mais sintomatologia ansiosa
quando comparas com as crianças da comunidade com peso normal e com as crianças
com diagnóstico clínico de obesidade. Relativamente às estratégias de coping na
infância e adolescência, parece-nos possível afirmar que as crianças utilizam grande
variedade de estratégias de coping, sendo as mais salientes: as do tipo de distracção
cognitivo comportamental e as activas. Não foram encontradas diferenças significativas
ao nível da sintomatologia depressiva. Em suma, os resultados deste estudo empírico
demonstram a importância de variáveis psicológicas na vivência da obesidade.
The aim of the present work is to analyse differences between community
children with normal weight vs community overweight children vs children with a
clinical diagnose of obesity, at the level of the variables quality of life, psychological
morbidity, self-concept and coping strategies. On this work were used the following
questionnaires: Self-concept Scale for children and adolescents of Susan Harper,
Depression Inventory (CDI), Anxiety Inventory (STAI), Quality of life Inventory
(PedsQL), and Coping strategies Inventory (SCSI).
The study sample has 267 children represented in three groups: group of
community children with normal weight (N=147), group of community overweight
children (N= 89) and a group of children with a clinical diagnosis of obesity (N= 31).
The results from this study shown differences on quality of life, for the total
scale and on the dimension of physical health and school health, in which children with
a clinical diagnosis of obesity are the one´s who presented more negative perception of
physical health and school health, when compared with community children with
normal weight vs community overweight children. For the rest of the dimensions of
quality of life, no significant differences were found between the three groups.
Regarding the self concept on the group of children with a clinical diagnosis of obesity
they perceived themselves as less competent relative to school competency, athletic
competency, physical appearance, social acceptance, behaviour and self-esteem, when
compared with community children with normal weight vs community overweight
children. Regarding the variable anxiety this study suggests that community overweight
children present more anxious symptomatology when compared with community
children with normal weight and with children with a clinical diagnosis of obesity.
Regarding coping strategies during childhood and adolescence, it seems possible to
consider that children tend to use a large variety of coping strategies, in which the most
relevant are: the type cognitive-behavioural distraction and the actives. No significant
differences were found regarding depressive symptomatology. To summarise, results
from this empirical study demonstrated the importance of psychological variables when
in the presence of obesity.

Publicação

Ano de Publicação: 2009