Impacto do diagnóstico de VIH: sintomatologia, apoio social e estigma
Caçador, Ana Margarida Moniz
Tese
Dissertação de mestrado em Psicologia da Justiça
O diagnóstico de VIH tem repercussões muito além da saúde fisíca, distiguindo-se pelos
significados atribuídos à infeção e aos seus portadores. Perante isto, é relevante compreender
que significados lhe estão associados e o impacto que têm no momento de diagnóstico com o
objetivo de avaliar as vulnerabilidades e necessidades específicas dos portadores,
contribuindo para uma melhor adaptação à doença e melhores resultados a médio e longo
prazo.Através de metodologia quantitativa e qualitativa quisemos: 1) avaliar resultados a nível
de apoio social, estigmatização e sintomatologia; 2) explorar as experiências de impacto do
diagnóstico. As medidas de apoio social correlacionaram-se negativamente com as de
estigmatização. A Ansiedade e Depressão apresentaram correlação negativa com apoio social
e correlação positiva com estigmatização. Na análise qualitativa surgem dois temas principais
1) reações imediatas ao diagnóstico (o momento do diagnóstico é sempre acompanhado de
uma experiência emocional intensa e disruptora definida também pelo estigma) e 2)
adaptação ao diagnóstico a médio/ longo prazo. Descrições de apoio social sugerem uma
melhor adaptação ao diagnóstico, enquanto descrições de estigma sugerem dificuldade
acrescida na aceitação do diagnóstico. Em suma, os portadores de VIH continuam a ser uma
população com necessidades especificas. Ainda que o prognóstico pós antiretrovirais lhes
tenha devolvido a esperança, uma boa adaptação ao diagnóstico parece ser definida pelas
experiências de estigma e oportunidades de apoio social.
HIV diagnosis has repercussions beyond physical health, distinguishing itself from other
chronic illnesses through the meaning attributed to the infection and its carriers. While taking
this into consideration, it’s relevant to understand the impact those meanings have on the
moment of diagnosis with the objective of evaluating specific needs and vulnerabilities within
this population, contributing to a more effective adaptation process and better health
outcomes medium to long term. Through quantative and qualitative methodologies, we
intended to 1) evaluate results in terms of social support, stigma and symptomatology; 2)
explore experiences of the impact the diagnosis had on participants. Social support measures
correlated inversely with stigma measures. Anxiety and Depression correlated negatively with
social support and positively with stigma. Within the qualitative analysis two themes emerged;
1) immediate reactions to diagnosis (it was always accompanied by an intense and disruptive
emotional experience defined also by stigma) and 2) adaptation to diagnosis medium to long
term. Descriptions of social support suggest a better adaptation to diagnosis, or described as
factors that contributed to it, while stigma often seems to pose an added difficulty to
acceptance and adaptation. In short, people living with HIV remain a population with specific
needs. Even though antiretrovirals have given back hope regarding prognosis, good outcomes
in terms of adaptation to diagnosis seem to be defined their experiences of stigma and chances
of receiving social support.