Self-regulation in children born preterm: The role of fathers' and mothers' perceptions and behaviors
Toscano, Carolina Antunes
Tese
Tese de Doutoramento em Psicologia Aplicada
A prematuridade impõe desafios enormes para as crianças e para os pais. Uma área do
desenvolvimento na qual as crianças nascidas prematuras poderão estar em risco é a auto-regulação.
O desenvolvimento da auto-regulação depende da socialização parental, embora poucos estudos
tenham examinado os processos parentais envolvidos na auto-regulação de crianças prematuras. O
objetivo desta dissertação foi examinar a inter-relação entre a prematuridade, as percepções dos pais e
das mães acerca da vulnerabilidade da criança, comportamentos parentais de superproteção e
sensibilidade, e as competências de auto-regulação das crianças aos 3 anos e meio de idade. Foram
realizados quatro estudos. O primeiro estudo produziu uma meta-análise que examinou a relação entre
a prematuridade e o controlo parental, incluindo a superproteção. Os resultados sugeriram que os pais
de crianças prematuras se envolveram mais em comportamentos de controlo parental do que os pais
de crianças nascidas de termo. O segundo estudo examinou os fatores parentais e da criança
associados com a superproteção parental em pais de crianças prematuras. Os resultados apontaram
para o baixo nível de desenvolvimento da criança e a desvantagem socioeconómica da família como
preditores significativos de superproteção, e não as percepções acerca da vulnerabilidade da criança. O
terceiro estudo examinou as relações entre a prematuridade, superproteção parental, e as
competências autorregulatórias de controlo por esforço da criança. Os pais de crianças muito
prematuras exibiram mais comportamentos de superproteção do que os pais de crianças de termo,
mas estas diferenças foram explicadas pelo nível socioeconómico da família. As crianças prematuras
exibiram menor controlo por esforço do que os seus pares nascidos de termo, o qual foi predito não só
pela idade gestacional mas também pela superproteção parental dos pais e das mães. Finalmente, o
quarto estudo examinou as relações entre a prematuridade, sensibilidade parental, e cooperação e
negatividade da criança na interação com os pais, considerando o papel do género parental e da
criança. Não se verificou associação entre a prematuridade com a sensibilidade parental e a
cooperação e negatividade das crianças. Os rapazes prematuros exibiram menor cooperação e maior
negatividade do que as raparigas prematuras. Os resultados da dissertação são discutidos em termos
de implicações para a investigação e prática clínica com famílias de crianças nascidas prematuras,
afunilados no contexto dos serviços de saúde portugueses.
Prematurity imposes enormous challenges for children and parents. One area of development in which
children born preterm may be at risk is self-regulation. The development of self-regulation is dependent
on parental socialization, although few studies have examined the parental processes involved in the
self-regulation outcomes of children born preterm. The goal of this doctoral dissertation was to examine
the interplay between prematurity, fathers’ and mothers’ perceptions of child vulnerability, parenting
behaviors in terms of overprotection and sensitivity, and children’s self-regulation skills at age 3½ years
old. Four studies were conducted. The first study provided a meta-analysis examining the relation
between prematurity and controlling, overprotective parenting. Results suggested that parents of
preterm-born children engaged in more controlling parenting behaviors than parents of full-term-born
children. The second study examined the child and parental factors associated with overprotective
parenting in preterms’ parents. Results pointed to lower child developmental level and family’s
socioeconomic disadvantage as significant predictors of overprotection, while parents’ perceptions of
child vulnerability were not a significant predictor. The third study examined the relations between
prematurity, overprotective parenting, and children’s self-regulatory effortful control skills. Results
showed that parents of very preterm children exhibited more overprotective behavior than parents of
full-term children, but differences were accounted for by the family’s socioeconomic status. Preterm
children exhibited poorer effortful control than their full-term peers, which was predicted not only by
children’s gestational age but also by higher overprotective parenting of fathers and mothers. Finally,
the fourth study examined the relations between prematurity, sensitive parenting, and children’s selfregulated
compliance and non-negativity in interaction with parents, considering the role of parental and
child gender. Results revealed no relation of prematurity with sensitive parenting and with children’s
compliance and negativity. Preterm boys exhibited less compliance and more negativity than preterm
girls. The findings of this dissertation are discussed in terms of implications for research and clinical
practice with families of preterm-born children, narrowed to the context of the Portuguese healthcare
services.