Perturbação pós-stress traumático e indicadores de (in)adaptação em bombeiros portugueses
Carvalho, Cláudia
; Maia, ÂngelaArtigo Científico
Introdução: Os Bombeiros estão continuamente expostos a adversidade no âmbito do exercício desta actividade. Esta exposição continuada a situações adversas pode colocar em causa os seus mecanismos de funcionamento normais, conduzindo a problemas ao nível da saúde mental. Saliente-se, porém, que esta não é uma relação linear, pois é influenciada por um conjunto de factores de risco/protectores.
Este estudo teve como principais objectivos analisar a prevalência de exposição a adversidade em Bombeiros do Norte de Portugal bem como as queixas de perturbação pós-stress traumático (PPST) e os seus factores preditores.
Método: Os 296 participantes completaram um conjunto de questionários num único momento, os quais avaliam a exposição a adversidade, sintomas de PPST, apoio social, coping e dissociação péri-traumática.
Resultados: Os resultados revelam uma exposição muito elevada a adversidade, sendo que 12% da amostra apresenta sintomas de PPST. Existe uma relação entre a PPST e a frequência e gravidade da exposição, coping, apoio social e dissociação péri-traumática. Destas variáveis constatamos que a gravidade da exposição, o coping e a dissociação péri-traumática são preditores de PPST.
Conclusão: Os resultados deste trabalho indicam a importância de serem adoptadas medidas que permitam limitar os factores de risco de PPST (e.g., utilização de coping de supressão) e potenciar os seus factores protectores (e.g., apoio psicológico perante as situações mais difíceis).
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)