Dissociação e perturbação aguda de stress: preditores de PTSD em vítimas de acidentes rodoviários?!
Pires, Tânia Sofia Fernandes
; Maia, ÂngelaConference Paper
Em 2007 morreram mais de 800 pessoas e mais de 3000 ficaram gravemente feridas nas
estradas portuguesas. De Janeiro a Maio de 2008 registaram-se mais de 12900 acidentes com
vítimas e 267 acidentes mortais.
A investigação mostra que as vítimas dos acidentes rodoviários podem desenvolver
perturbação psicológica que se mantêm no tempo e interfere com o bem-estar (Blanchard &
Hickling, 1995). A dissociação peritraumática e a Perturbação Aguda de Stress (PAS) são
importantes preditores para o desenvolvimento de PTSD em diferentes populações expostas a
trauma.
Neste estudo analisamos a relação e poder preditivo da dissociação e PAS no
desenvolvimento de PTSD em vítimas directas de acidentes. Dos 36 participantes avaliados 5
dias após o acidente (T1) e reavaliados 4 meses depois (T2), verificamos que 33,3% (n=12)
reúnem as condições necessárias ao diagnóstico de PTSD em T2. Análises correlacionais mostram que quanto mais dissociação (T1) mais sintomas PAS (T1) (rsp =.676, p<.01) e mais sintomas de PTSD (T2) (Rho=.412, p<.05). Os sintomas de PAS (T1) correlacionam-se com
sintomas de PTSD (T2) (rsp=.593, p<.01); A dissociação (T1) explica 22,9% da variância de PTSD e a ASD explica 42,4%, sendo fundamental a atenção dos profissionais de saúde a esta população.