Agressividade em indivíduos condenados pela prática de crimes sexuais

Dissertação de mestrado em Psicologia da Justiça
A agressividade é uma característica da personalidade de sublime importância, quer para a prática quer para
a investigação. A investigação alude que a agressividade está relacionada com a ofensa sexual e prediz a
reincidência em crimes sexuais. Ainda que os substratos da agressividade estejam presentes, verifica-se que
variam consideravelmente entre os tipos de perpetradores sexuais. Este estudo pretendeu explorar a
presença da agressividade nas ofensas sexuais e perceber em que medida é que os grupos se distinguem
entre si ao nível da agressividade. A amostra foi constituída por 88 indivíduos do sexo masculino, condenados
pela prática de crimes sexuais (abuso sexual de crianças e violação) que se encontravam em
Estabelecimentos Prisionais, e em acompanhamento na Associação de Psicologia da Universidade do Minho
e numa Equipa de Reinserção, com idades compreendidas entre os 20 e os 80 anos (M=48.01; DP=14.50).
Os resultados revelaram diferenças significativas entre os grupos tanto no total de agressividade como na
agressividade física e raiva. Contudo, na agressividade verbal e hostilidade não se verificaram diferenças
significativas. Salienta-se a importância de considerar a agressividade tanto na avaliação forense quanto na
intervenção, uma vez que este construto pode constituir-se como um fator de risco.
Aggressiveness is a personality trait of sublime importance to both practice and research. Research
alludes that aggression is related to sexual offending and predicts recidivism in sexual crimes. Even though
the substrates of aggressiveness are present, they are found to vary considerably among sexual perpetrator
types. This study aimed to explore the presence of aggression in sexual offending and to understand how the
groups differ in terms of aggressiveness, that is individuals who committed sexual crimes against children
and individuals who committed sexual crimes against adults. The sample included 88 male individuals
convicted of sexual crimes (sexual abuse and rape) who were in prison and who were monitored by the
Psychology Association of the University of Minho and in a reintegration team, aged between 20 and 80 years
old (M=48.01; SD=14.50). The results revealed significant differences between the groups in total
aggressiveness and physical aggressiveness and anger. However, in verbal aggressiveness and hostility there
are no statistically significant differences. It is emphasized the importance of considering aggressiveness in
both forensic assessment and intervention, since this construct may constitute a risk factor.