André Oliveira, Beatriz Pereira, Pedro Rosário e Paula Magalhães, investigadores do Grupo Universitário de Investigação em Autorregulação da Escola de Psicologia, publicam na Revista ’Sleep Science' um artigo intitulado “Bedtime procrastination during the second COVID-19 lockdown in Portugal”.
A procrastinação na hora de dormir, caracterizada pelo adiamento intencional do momento de ir para a cama sem razões externas, tornou-se mais proeminente durante o segundo confinamento em Portugal, possivelmente devido às mudanças nas rotinas e responsabilidades causadas pela pandemia de COVID-19.
O estudo, com 560 adultos, revelou que a maioria das pessoas (79,46%) estava a dormir ais tarde durante o confinamento, mas isso não afetou significativamente a quantidade de sono que estavam recebendo, com 88,60% ainda dormindo o número recomendado de horas. No entanto, a procrastinação na hora de dormir mostrou correlação com sentimentos de fadiga diária (53,04%) e estava associada positivamente com jantares tardios (por exemplo, entre 21h e 22h) e com o envolvimento em atividades próximas à hora de dormir, como estudar ou trabalhar. Esses resultados sugerem que a falta de rotinas noturnas estruturadas pode ter contribuído para esse comportamento de procrastinação na hora de dormir.
Os resultados do estudo destacam a importância de estabelecer rotinas consistentes, especialmente durante períodos de confinamento, para evitar a procrastinação na hora de dormir e os efeitos negativos associados a ela. A procrastinação na hora de dormir durante o segundo confinamento em Portugal parece ser influenciada por fatores como horários de jantar tardios e atividades próximas à hora de dormir, como estudar ou trabalhar. Esses achados sugerem a necessidade de promover hábitos saudáveis de sono e gerenciamento do tempo, especialmente em períodos de crise e mudança, para mitigar os efeitos negativos do adiamento da hora de dormir na saúde e no bem-estar das pessoas.
Oliveira, A., Pereira, B., Rosário, P., & Magalhães, P. (2022). Bedtime procrastination during the second COVID-19 lockdown in Portugal. Sleep Science, 15(1), 105-111. https://doi.org/10.5935/1984-0063.20220031