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Investigadora do Laboratório de Neurociência Psicológica representa o CIPsi em projeto internacional financiado pelo Wellcome Trust.

Liliana Capitão, investigadora do Laboratório de Neurociência Psicológica, representa o CIPsi numa equipa internacional

Investigadora Liliana Capitão

Liliana Capitão, investigadora do Laboratório de Neurociência Psicológica do CIPsi, concluiu a sua formação em Psicologia Clínica na Escola de Psicologia da Universidade do Minho, em 2008. Em 2010 concluiu o Mestrado em Neurociências pela Universidade de Oxford, seguindo-se o doutoramento também na área das Neurociências concluído em 2015 pela mesma Universidade.

No decorrer da sua formação académica, o seu principal interesse tem sido compreender os mecanismos neurocognitivos subjacentes ao risco e à resiliência a perturbações psicológicas, bem como os mecanismos associados a tratamentos farmacológicos e psicológicos. Para abordar estas questões, Liliana utiliza diversas metodologias de caráter interdisciplinar, nomeadamente nas áreas da neurociência cognitiva, psicologia, imagem cerebral e psicofarmacologia, e numa variedade de populações saudáveis e clínicas.

Interessada por investigação que tem o potencial de transformar o tratamento e o cuidado dos pacientes com perturbações psicológicas, a investigadora representa o CIPsi numa equipa internacional, que conta com investigadores da Universidade de Oxford, Bristol e Universidade College London, e é liderada por Catherine Harmer, da Universidade de Oxford. O projeto “How does the SSRI fluoxetine work in adolescent depression?”, recentemente financiado pelo Wellcome Trust, no Reino Unido, decorre na sequência do seu trabalho doutoral, supervisionado pelas Professoras Catherine Harmer e Susannah Murphy.  

Neste trabalho avaliaram-se os mecanismos neuropsicológicos associados ao uso de antidepressivos em adolescentes deprimidos, recorrendo a métodos como neuroimagiologia funcional, psicofarmacologia, avaliação comportamental e registos neurofisiológicos. Um dos resultados mais importantes foi a observação de que a fluoxetina (Prozac) influencia o processamento emocional e cerebral da emoção da raiva imediatamente após o início do tratamento, mesmo antes de se sentirem efeitos a nível subjetivo.

Os antidepressivos são usados por muitos adolescentes em todo o mundo e representam uma opção de tratamento importante; no entanto, a nossa compreensão sobre como estes medicamentos funcionam quando administrados a adolescentes é ainda muito incipiente.  A equipa do projeto irá expandir o trabalho doutoral anterior sobre a importância da raiva/irritabilidade nesta faixa etária, desenvolver medidas de avaliação de processamento emocional e cognitivo e avaliar os mecanismos subjacentes a respostas de eficácia clínica em adolescentes deprimidos. 

Para tal, e adoptando uma abordagem desenvolvimental e interdisciplinar, a equipa desenvolverá medidas de avaliação de processamento emocional e cognitivo com um foco no processamento emocional da raiva, em colaboração com adolescentes com experiência anterior de depressão. Numa fase posterior, o projeto irá abranger estudos com adolescentes saudáveis, adolescentes deprimidos e modelos animais, de forma a caracterizar os mecanismos subjacentes a respostas de eficácia clínica. É esperado que estes resultados ajudem a otimizar tratamentos farmacológicos para a depressão na adolescência.

Saiba mais sobre o trabalho da investigadora: 
O projeto “Anger in the mind and body: from unconscious cognitive mechanisms to psychophysiological and neural substrates”, da investigadora Liliana Capitão, foi recomendado para financiamento pelo Programa de Apoios de Investigação Científica da Fundação Bial - 2022.